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quinta-feira, 29 de novembro de 2012

Passageiro 'mora' há dois meses no aeroporto

Pernambucano que vive no Alasca há 48 anos não consegue voltar para casa por falta de dinheiro e passaporte vencido, e agora está ‘alojado’ nos bancos do Tom Jobim
Rio -  O Aeroporto Internacional Tom Jobim tem muitas histórias para contar, mas a de Seu Adauto é diferente. Com 80 anos, Adauto Luis de Souza mora há cerca de dois meses no saguão do terminal, na Ilha do Governador, porque não tem dinheiro para voltar para sua casa, nos Estados Unidos.
 Nascido em Surubim, Pernambuco, Seu Adauto vive há mais de 60 anos em solo americano. Aposentado, sem esposa e filhos, mora há 48 anos no Alasca, onde gosta de pescar.
O drama do idoso começou quando resolveu procurar a família no Brasil. Em Nova York, teve suas malas roubadas mas, mesmo assim, chegou a Pernambuco, gastando todo seu dinheiro em busca da mãe, Severina Maria da Conceição, que descobriu ter falecido.

Comprei um buquê de flores em Recife para pôr em seu túmulo, mas não encontrei”, lembra emocionado. Após parada em São Paulo, ele não sabe como chegou ao Rio.
 O pernambucano conta com a ajuda de funcionários para almoçar e jantar e chegou a dormir na calçada do aeroporto por vários dias. Agora, é nos bancos do Tom Jobim que o idoso se acomoda.
“Não consigo dormir direito. Fico admirado desses turistas que conseguem dormir sentados. Eu sinto dor nas costas”, explica. A Polícia Federal, que tem registro da chegada de Seu Adauto em 12 de outubro, está providenciando o passaporte do idoso, que deve ficar pronto nesta quinta-feira.
Depois de ver a história na televisão, Roberto Luis de Souza, 53, reconheceu o nome de Adauto como sendo um tio que não via há muito tempo.
“Vim correndo de Saquarema para encontrá-lo”, contou o mestre de obras, que pretende ajudar o idoso. Seu Adauto sonha com a volta para casa: “Aqui faz muito calor. Estou com saudades do Alasca”.
História comoveu percussionista
 Após escutar a história de seu Adauto no rádio, o percussionista Silvino Magalhães, 46 anos, desviou-se do caminho até a maternidade, onde visitaria a sobrinha grávida, e foi oferecer ajuda ao pernambucano.
 O músico do Monobloco perdeu o pai com tuberculose há 4 anos e se diz ressentido por não ter dado a ele a atenção que gostaria.
“Me lembrei do meu pai e senti que podia ajudar. Fazer alguma coisa por seu Adalto me faz sentir que estou compensando o que faltou para o meu pai. Ficou o arrependimento”, explica Silvino, que deixou seu contato na delegacia do aeroporto. O músico também levou comida e frutas para o pernambucano, que agradeceu emocionado.
O dia
Postado em 29 de novembro de 2012

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