Dona de casa Alessandra Silva de 41 anos morreu após
cirurgia estética. Segundo médico, ela não apresentou problemas durante
o procedimento.
“Um sonho interrompido”, lamenta o comerciante
Wilsirley da Silva. Ele era o marido de Alessandra Fernandes Silva, 41 anos,
morta em decorrência de uma embolia pulmonar no Hospital São Vicente, em
Governador Valadares, no Leste de Minas Gerais.
Alessandra morreu na madrugada de domingo (25), após
passar por alguns procedimentos cirúrgicos estéticos. “Ela deu entrada no
hospital na manhã de sábado (24) para fazer duas cirurgias plásticas, de mama e
abdome. Mas quando fomos visitá-la ela estava toda enfaixada. Havia feito ainda
procedimentos cirúrgicos nos lábios, nariz, rosto e nádegas. Acho estranho
tantas intervenções de uma única vez”, diz Wilsirley.
Durante a noite de sábado, Alessandra fez contato
com a mãe por telefone. Segundo Eva Fernandes de Lima, a filha havia consultado
outro médico que se recusou a fazer a cirurgia plástica. “O médico disse que
ela estava muito ansiosa e que não faria as plásticas porque poderia haver
risco. Ela estava preocupada comigo, queria saber se eu estava tomando os meus
remédios direito. Terminou a ligação dizendo que me amava muito”, lembra Eva
Fernandes.
As complicações teriam começado depois da aplicação
de um medicamento na paciente. “Ela estava bem, mas reclamava de algumas dores
e que não conseguia dormir. Foi então que aplicaram um medicamento no soro e
ela começou a passar mal. A notícia da morte dela pegou todos nós de surpresa”,
afirma a mãe de Alessandra.
Casada há 18 anos e mãe de quatro filhos, a dona de
casa sonhava com as plásticas. “Era um sonho dela, ela queria muito, mas não
precisava, minha esposa era muito linda”, diz Wilsirley.
Embolia
pulmonar
Em nota enviada no início da noite desta
segunda-feira (26), o médico Wander Pinto, responsável pelas cirurgias em
Alessandra, diz que “segundo informações recebidas via telefone, apos
necrópsia, o laudo médico pericial fez o diagnóstico de embolia pulmonar a ser
confirmado posteriormente através de exames complementares a serem realizados
em Belo Horizonte”.
Essas complicações são causadas quando um coágulo de
sangue se desprende e vai até o pulmão, o que impede a respiração do paciente.
A ocorrência desta complicação é rara, mas é uma das causas de morte durante
cirurgias plásticas. O paciente pode não saber que tem trombose, um dos fatores
que causam a embolia durante a cirurgia.
Tempo
da ação
Na mesma nota, o médico detalha o tempo de cada ação
até a morte de Alessandra. De acordo com Wander Pinto, a paciente foi submetida
a cirurgia de dermolipectomia abdominal e mastoplastia de aumento com inclusão
de silicones, por via abdominal.
“O tempo cirúrgico foi de aproximadamente quatro
horas, sem qualquer intercorrência. A paciente recebeu a visita médica às
23h30, quando foi medicada para dor. Ela estava lúcida e clinicamente estável,
com funções vitais normais”, diz o médico;
Durante este período, o médico afirma que estava
presente, verificou a evolução clínica e conversou com a paciente durante todo
o período. Após 20 minutos da medicação retirou-se, teria orientou a equipe de
enfermagem quanto aos cuidados de rotina e foi embora do hospital às 23h58.
O cirurgião plástico termina a nota dizendo que por
volta das 0h50 recebeu em casa o comunicado de que Alessandra estaria passando
mal.
“Em aproximadamente três minutos a equipe iniciou os
procedimentos cabíveis à emergência e à tentativa de ressuscitamento da
paciente. A mesma foi levada ao bloco cirúrgico com ajuda da equipe de
enfermagem, continuado o procedimento de rotina para a condição de emergência,
solicitado a presença do anestesista e da equipe do SAMU. A paciente entrou em
quadro de medriase fixa bilateral sem responder aos medicamentos. Junto com o
colega do SAMU caracterizou-se o quadro de óbito”.
Apuração
Alessandra Fernandes Silva foi enterrada na tarde de
domingo (25). O delegado do Conselho Regional de Medicina em Valadares, Márcio
Rezende garante que o caso será apurado.
"Sempre que tomamos nota de casos desse tipo é
aberto um processo de apuração. Vamos averiguar a conduta do médico e as
condições da morte. Pode acontecer dois casos, erro médico ou um mau resultado.
Se comprovado erro médico, falha do médico, o profissional é punido, mas se for
um mau resultado, algo adverso que pode acontecer a qualquer médico, não há
punição. Por isso, precisamos apurar", explica Márcio Rezende.
G1
Postado
em 27 de novembro de 2012
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