Rio - Cerca de 100 pessoas, entre parentes e amigos, acompanharam o enterro do corpo da menina Adrielly dos Santos Vieira, de 10 anos, que teve morte cerebral após ser baleada na noite de Natal, na Zona Norte, e esperar por atendimento por mais de 8 horas no Hospital Salgado Filho, no Méier. O cirurgião Adão Crespo Gonçalves, que estava de plantão na ocasião, faltou ao trabalho.
No enterro, o Movimento Rio de Paz levou réplicas de três balas de armas representando as últimas vítimas fatais do Rio e uma faixa escrito: "Quem será a próxima? Feliz Ano Novo?".
Em clima de revolta e comoção, o pai da menina,
Marco Antonio Vieira, desmaiou e não conseguiu acompanhar o cortejo. “Tinha
esperança que ela sobrevivesse, mas acabou o sofrimento. Queria saber se esse
médico chega em casa e consegue ter paz. Ele é um delinquente”, disse Marco,
usando o mesmo adjetivo com o qual o prefeito Eduardo Paes se referiu ao
médico.
A mãe, em estado de choque, foi ao cemitério e não
conseguiu forças para enterrar a criança. A irmã de Adrielly, de apenas 8 anos,
chorou muito durante o funério.
"Quero
saber se esse médico consegue chegar em casa e ter paz", indagou o pai de
vítima, reforçando ainda que tinha esperanças de a filha sobreviver e que irá
entrar na Justiça contra o Estado.
Algumas mães
das vítimas do Massacre de Realengo e integrantes do Movimento Gabriela Sou da
Paz também foram ao enterro da criança.
'Desconfio que desligaram aparelhos sem
autorização', diz mãe de Adrielly
Adriana
Santos, mãe de Adrielly dos Santos Vieira, de 10 anos, que morreu na tarde
desta sexta-feira, era a imagem da indignação na noite desta sexta no IML onde,
segundo os pais da criança, o corpo foi levado sem a autorização deles.
“Chegamos no Souza Aguiar para ver nossa filha e
disseram que o corpo estava aqui. Até agora não vimos. Eu desconfio que possam
ter desligado os aparelhos sem nossa autorização, acreditando que nós iríamos
doar os órgãos. Isso tudo é muito estranho”, disparou Adriana, frisando que é
contra a doação. A família quer ver o laudo do IML.
Ela criticou
o neurocirurgião Adão Crespo. Devido à ausência dele no hospital, a menina só
passou por cirurgia oito horas após dar entrada no Salgado Filho: “Queria ficar
cara a cara com ele e pedir explicação por ele ter faltado ao plantão”.
Postado
em 06 de janeiro de 2013
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