Rio - A
menina Adrielly dos Santos Vieira, de 10 anos, morreu na tarde desta
sexta-feira, no Hospital Municipal Souza Aguiar, no Centro. A informação foi
confirmada pela Secretaria Municipal de Saúde. Adrielly teve morte cerebral
confirmada no último domingo.
Adrielly estava desde o dia 26 em estado grave na
unidade, após ser transferida do Salgado Filho, no Méier, onde esperou oito
horas para ser operada. Ela será enterrado neste sábado, em horário ainda não
definido, no Cemitério de Inhaúma, na Zona Norte.
A criança havia sido atingida por uma bala perdida
na comunidade Urubuzinho, em Pilares, Zona Norte do Rio, e ficou no hospital
sem atendimento na noite do Natal.
O neurocirgurgião Adão Crespo Gonçalves, que estava
de plantão na ocasião, faltou ao trabalho.
Chefe de plantão prestou depoimento
O chefe de neurocirurgia do Hospital Municipal
Salgado Filho, José Renato Paixão, prestou depoimento na 23 ª DP (Méier), no
começo da tarde desta sexta-feira. Ele informou que recebeu um telefonema de
Adão Gonçalves, onde o médico confirmou que não iria trabalhar.
"Não conseguimos substituí-lo, porque não temos
profissionais suficientes na unidade. Ele deveria ter ido a plantão",
afirmou Paixão.
Os outros profissionais ouvidos foram as clínicas
Eneida Reis e Maria Estela Dias, e a pediatra Lúcia Portela.
No depoimento, a pediatra disse que pediu a remoção
da menina várias vezes e não sabe por que não foi atendida.
De acordo com o delegado Luiz Arquimedes, será
investigado se o chefe do plantão entrou em contato com a Central de Regulação
de Leitos para solicitar a remoção de Adrielly, já que o neurocirurgião havia
faltado.
O médico Mário Alberto Lapenta, que assumiu o
plantão na manhã do dia 25 e realizou a cirurgia que retirou a bala da cabeça
de Adrielly, deverá ser ouvido na segunda-feira.
"Demissão é pouco"
‘Demissão para o médico é pouco’, desabafou Marco
Antônio Betim Vieira, de 36 anos, sobre a falta do médico. “A gente é tratado como ‘João ninguém’, um
nada”, lamentou, ao visitar a filha.
“Infelizmente, minha filha faleceu. Eu soube às 17h
(de domingo), quando o pediatra me chamou na hora da visita. Ela ainda respira
no aparelho, mas teve morte cerebral. Não há mais nada a se fazer, estou
transtornado”, afirmou Marco.
Postado
em 04 de janeiro de 2013
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