Pernambucano que vive no Alasca há 48 anos não
consegue voltar para casa por falta de dinheiro e passaporte vencido, e agora
está ‘alojado’ nos bancos do Tom Jobim
Rio - O
Aeroporto Internacional Tom Jobim tem muitas histórias para contar, mas a de
Seu Adauto é diferente. Com 80 anos, Adauto Luis de Souza mora há cerca de dois
meses no saguão do terminal, na Ilha do Governador, porque não tem dinheiro
para voltar para sua casa, nos Estados Unidos.
Nascido em
Surubim, Pernambuco, Seu Adauto vive há mais de 60 anos em solo americano.
Aposentado, sem esposa e filhos, mora há 48 anos no Alasca, onde gosta de
pescar.
O drama do idoso começou quando resolveu procurar a
família no Brasil. Em Nova York, teve suas malas roubadas mas, mesmo assim,
chegou a Pernambuco, gastando todo seu dinheiro em busca da mãe, Severina Maria
da Conceição, que descobriu ter falecido.
Comprei um buquê de flores em Recife para pôr em seu
túmulo, mas não encontrei”, lembra emocionado. Após parada em São Paulo, ele
não sabe como chegou ao Rio.
O
pernambucano conta com a ajuda de funcionários para almoçar e jantar e chegou a
dormir na calçada do aeroporto por vários dias. Agora, é nos bancos do Tom
Jobim que o idoso se acomoda.
“Não consigo dormir direito. Fico admirado desses
turistas que conseguem dormir sentados. Eu sinto dor nas costas”, explica. A
Polícia Federal, que tem registro da chegada de Seu Adauto em 12 de outubro,
está providenciando o passaporte do idoso, que deve ficar pronto nesta
quinta-feira.
Depois de ver a história na televisão, Roberto Luis
de Souza, 53, reconheceu o nome de Adauto como sendo um tio que não via há
muito tempo.
“Vim correndo de Saquarema para encontrá-lo”, contou
o mestre de obras, que pretende ajudar o idoso. Seu Adauto sonha com a volta
para casa: “Aqui faz muito calor. Estou com saudades do Alasca”.
História
comoveu percussionista
Após escutar
a história de seu Adauto no rádio, o percussionista Silvino Magalhães, 46 anos,
desviou-se do caminho até a maternidade, onde visitaria a sobrinha grávida, e
foi oferecer ajuda ao pernambucano.
O músico do
Monobloco perdeu o pai com tuberculose há 4 anos e se diz ressentido por não
ter dado a ele a atenção que gostaria.
“Me lembrei do meu pai e senti que podia ajudar.
Fazer alguma coisa por seu Adalto me faz sentir que estou compensando o que
faltou para o meu pai. Ficou o arrependimento”, explica Silvino, que deixou seu
contato na delegacia do aeroporto. O músico também levou comida e frutas para o
pernambucano, que agradeceu emocionado.
O dia
Postado
em 29 de novembro de 2012
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